A duração de formação superior varia, tipicamente, entre 3 e 5 anos. Considerando a hipótese de o percurso académico não ser totalmente marcado pelo sucesso, este tempo poderá aumentar. Independentemente do tempo mínimo e do máximo que se permanece numa instituição de ensino superior, será sempre um período significativo, numa idade de grandes mudanças e com inúmeros desafios associados.
Deste modo, é natural que possam existir diferentes acontecimentos com impacto no bem-estar psicológico.
São aqui referidos alguns dos problemas que mais frequentemente são suscetíveis de ocorrerem durante este período, assim como algumas sugestões para ultrapassa-los.
Dificuldades mais frequentes na frequência do ensino superior
- Confronto com o insucesso
- Confronto com a vivência do curso escolhido
- As relações amorosas e os novos desafios
- Gestão do tempo e de prioridades
- Os problemas psicológicos no início da idade adulta
Confronto com o insucesso
Confronto com a vivência do curso escolhido
As relações amorosas e os novos desafios
Gestão do tempo e de prioridades
Os problemas psicológicos no início da idade adulta
Conceitos importantes
- Assertividade: capacidade de fazer a afirmação dos próprios direitos e expressar pensamentos, sentimentos e crenças de maneira direta, clara, honesta e apropriada ao contexto, de modo a não violar o direito das outras pessoas. A postura assertiva é uma virtude, pois se mantém no justo meio-termo entre dois extremos inadequados, um por excesso (agressividade), outro por falta (submissão). Ser assertivo é dizer “sim” e “não” quando é necessário.
- Evitamento: postura em que o conflito ou o desconforto (no sentido genérico) tendem a ser pouco tolerados, ativando nas pessoas ações, posturas ou decisões que implicam o afastamento de situações tensas ou a anulação de vontades ou direitos em função da manutenção de um nível momentâneo de maior conforto ou segurança. Está fortemente associada à procrastinação.
- Procrastinação: atrasar ou adiar sistematicamente a realização de atividades relevantes. Procrastinar implica deixar que as tarefas de baixa prioridade (menos importantes) antecipem as de alta prioridade (mais importantes). Qualquer tipo de procrastinação envolve a decisão de adiar. Esta decisão pode levar a um alívio temporário imediato, mas a médio ou longo prazo pode conduzir a uma baixa sensação de autoeficácia, sentimentos de culpa, inadequação, auto depreciação, depressão, incerteza, ansiedade, para além das consequências adversas que advêm da não realização das tarefas (oportunidades desperdiçadas, fraco desempenho; notas baixas, aumento do stress, sensação de falta de domínio ou controlo, deixar de conseguir acompanhar as cadeiras, etc.). Os resultados da procrastinação podem facilmente interferir com sucesso académico e pessoal das pessoas em geral e dos estudantes em particular.
O que fazer?
- Mobilizar os recursos sociais disponíveis
- Reconhecer e dar atenção aos sinais
- Procurar soluções através da modificação da nossa abordagem ao problema
- Recorrer às oportunidades oferecidas pela universidade
- Serviços de Apoio Psicológico e Psicopedagógico no ensino superior
- Outros apoios especializados
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Mobilizar os recursos sociais disponíveis
As dificuldades ou problemas que nos afetam podem gerar uma dinâmica de isolamento ou de vergonha. No entanto, um dos recursos disponíveis são as pessoas que se encontram à nossa volta. Se um amigo ou familiar partilha um problema connosco e nos pede ajuda, possivelmente revelaremos disponibilidade em estar com ele e em o ajudar. Porque não aplicar este princípio a nós próprios?
Reconhecer e dar atenção aos sinais
Um bom princípio é sempre a aceitação e reconhecimento que algum aspeto da nossa vivência nos está a deixar numa posição de vulnerabilidade e insatisfação. Seja a que nível for, esta consciência coloca-nos numa posição mais vantajosa para tomar ações ou decisões que vão de encontro às nossas necessidades. A ação precoce, quer seja pela mobilização recursos pessoais, pelo recorrer ao suporte social, aos recursos disponibilizados pela instituição ou por ajuda profissional, revelam-se sempre mais vantajosos.
Procurar soluções através da modificação da nossa abordagem ao problema
Por vezes queremos ultrapassar uma dificuldade ou problema através de um maior esforço na sua resolução. Se já o tentou fazer e o problema subsiste, talvez não seja apenas uma questão de esforço. É importante reconhecer as limitações da nossa abordagem e ter em consideração que, se continuar a fazer mais do mesmo, possivelmente continuarei a obter resultados semelhantes. Há que tentar refletir sobre a questão em causa e tentar modificar a abordagem à mesma.
Recorrer às oportunidades oferecidas pela universidade
Regra geral, existem associações, clubes, atividades desportivas ou outras atividades que são oferecidas no contexto das instituições universitárias. Estas podem ser um importante fator de regulador, quer ao nível do bem-estar físico, do bem estar emocional ou do envolvimento social. Para obter informações sobre estas oportunidades, pode ser útil consultar os serviços sociais ou a associação de estudantes.
Serviços de Apoio Psicológico e Psicopedagógico no ensino superior
Quando a pessoa sente que não consegue ou não quer lidar com as suas dificuldades e problemas autonomamente, pode fazer sentido recorrer aos serviços de apoio psicológico e pedagógico de cada instituição. Apesar de este tipo de serviço se estar a tornar mais frequente nas universidades, nem todas os possuem. Estes serviços podem auxiliar na formação de novas capacidades e estratégias de estudo, e fornecem aconselhamento psicológico ou psicoterapia.
Para mais informações sobre estes serviços consultar aqui.
Outros apoios especializados
Se a instituição de ensino não oferecer este tipo de serviços, poderá considerar a possibilidade de procurar externamente outras fontes de apoio especializado. O importante é sentir que se está a colocar numa posição de primazia, cuidando de si e do seu bem-estar.