FAQ’s

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  1. Porquê um serviço de apoio psicológico no Ensino Superior?
  2. O que faz um psicólogo?
  3. Qual a diferença entre o psiquiatra e o psicólogo?
  4. Os psicólogos seguem todos um mesmo modelo de intervenção?
  5. O que é a psicoterapia?
  6. A psicoterapia é mais do que “conversar”?
  7. Como pode a psicoterapia ajudar-me?
  8. Quando devo procurar um psicólogo?
  9. Recorrer a ajuda psicológica significa que sou uma pessoa “fraca”?
  10. Será que os meus problemas são suficientemente significativos para que eu possa ser acompanhado/a?
  11. Poderei ter uma única sessão para ter aconselhamento sobre o meu caso?
  12. Posso ficar dependente da terapia?
  13. O que eu disser na sessão ficará entre mim e o psicólogo? 
  14. Posso escolher o psicólogo?
  15. É normal ter dificuldades em falar na primeira consulta?
  16. Posso marcar consulta para alguém que eu acho que precisa de ajuda?
  17. Como funcionam os horários?
  18. A sua questão não foi respondida?

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Porquê um serviço de apoio psicológico no Ensino Superior?

O Ensino Superior envolve desafios adicionais às tarefas desenvolvimentistas psicossociais dos jovens adultos, que se deparam com vários aspectos da vida académica, social, pessoal e vocacional.

O surgimento de serviços de apoio psicológico no Ensino Superior decorreu do reconhecimento da existência de uma conjuntura fatores provocadores de um aumento de dificuldades psicológicas dos estudantes que podem comprometer o seu sucesso académico.

Estes serviços pretendem não só prestar ajuda aos estudantes na sua adaptação ao processo académico, mas também dar resposta a situações que envolvem desequilíbrios emocionais, através de intervenções preventivas e remediativas.

Os dados de investigações nesta área de estudo mostram efeitos positivos destas intervenções na promoção do bem-estar, desenvolvimento pessoal e sucesso académico dos estudantes.

Quando não parece ser possível ultrapassar os obstáculos, utilizando os recursos pessoais disponíveis, poderá ser útil e importante recorrer ao apoio psicológico especializado.

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O que faz um psicólogo?                    

Em termos genéricos, um psicólogo combina a utilização de métodos científicos com competências interpessoais que lhe permitem ajudar pessoas que apresentam problemas de índole comportamental, cognitiva ou emocional.

Os contextos de trabalho do psicólogo são bastante diversificados: escolas, centros de saúde, hospitais, clínicas, empresas, equipas desportivas, autarquias, prisões, centros de atendimento a toxicodependentes, centros de formação, centros sociais, investigação.

No caso específico da área clínica/psicoterapêutica, o psicólogo pode ajudá-lo/a a identificar os seus problemas e, subsequentemente, a encontrar formas de melhor lidar com eles. Pode auxiliar igualmente a mudança de comportamentos ou hábitos problemáticos, bem como definir e pôr em prática formas construtivas de lidar com situações que estão fora do seu controlo, naquele momento particular de vida.

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Qual a diferença entre o psiquiatra e o psicólogo?

O psiquiatra é um médico que, após ter concluído a sua formação geral, opta pela especialização em Psiquiatria. Os problemas são encarados como uma doença ou perturbação, com causa orgânica, no âmbito da qual o psiquiatra recorre a métodos da medicina (análises, técnicas de radiodiagnóstico, electroencefalogramas, etc.) a fim de estabelecer um diagnóstico e definir um tratamento, predominantemente baseado na terapia medicamentosa (psicofármacos).

O psicólogo tem formação superior em psicologia, ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, pensamentos, atitudes, sistemas de crenças) e o comportamento humano. De um modo geral, conceptualiza os problemas psicológicos como consequências de experiências de vida, ligadas à maneira como a pessoa foi desenvolvendo a sua maneira de lidar consigo, com os outros e com o mundo. Assim sendo, o trabalho deste profissional passa pela intervenção psicoterapêutica, pelo aconselhamento psicológico ou outras modalidades que visem a promoção do desenvolvimento do indivíduo, focando-se nos processos mentais, emocionais e fisiológicos que afectam o comportamento. A nível de metodologia, destacam-se as entrevistas, questionários e instrumentos de avaliação, sempre no âmbito de uma relação estabelecida entre o profissional e o cliente e dentro de uma moldura psicossocial.

Uma das principais diferenças entre um psicólogo e um psiquiatra consiste no facto do primeiro não poder receitar medicamentos. Isto acontece em virtude de não ter formação médica, mas também porque a sua forma de conceber a intervenção não se prende com este tipo de terapêutica. No entanto, se considerar que a prescrição farmacológica é do melhor interesse do seu cliente, o psicólogo poderá aconselhá-lo a procurar um psiquiatra ou o médico de família para obter o referido apoio farmacológico.

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Os psicólogos seguem todos um mesmo modelo de intervenção?

Não. Para desenvolver o seu trabalho, o psicólogo baseia-se em modelos teóricos e nas suas respectivas técnicas e estratégias, podendo, por exemplo:

  • Adoptar uma postura comportamentalista, segundo a qual se tenta extinguir, diminuir ou incrementar um determinado comportamento;
  • Ter uma postura mais “intra-psíquica”, tentando trabalhar e descobrir as razões que levaram a pessoa a sentir o que sente, adoptando, neste âmbito, uma posição teórica mais psicanalista;
  • Dar mais ênfase aos pensamentos e raciocínios que acompanham o problema ou que estão na base deste, adoptando uma postura mais cognitivista;
  • Analisar o problema enquanto inserido num contexto familiar e relacional, adoptando uma perspectiva sistémica;

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O que é a psicoterapia?

A psicoterapia consiste num processo de intervenção que utiliza técnicas especializadas de apoio psicológico, no sentido de oferecer uma ajuda eficaz e continuada às pessoas que vivem situações de sofrimento psicológico (p.e. ansiedade, problemas relacionais, medo, luto).

Neste sentido, visa ajudar a pessoa a olhar objectivamente para os seus comportamentos, sentimentos e pensamentos e, posteriormente, a aprender formas mais eficazes de lidar com aquilo que é considerado perturbador. A psicoterapia também pode ser de especial utilidade para que a pessoa atinja as suas aspirações pessoais.

Este processo pode ser mais ou menos prolongado, consoante a questão particular que leve a pessoa a recorrer a ajuda psicológica.

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A psicoterapia é mais do que “conversar”?

Seguramente que sim. “Conversar” é aquilo que faz com os seus amigos e muitas vezes pode sentir que isso não ameniza o seu sofrimento. Em psicoterapia, a natureza da “conversa” é diferente; apela ao auto-conhecimento e mudança pessoal. É um meio para que ocorra um processo de análise e descoberta intrapsíquica mais profunda e, como tal, vai muito para além das palavras – envolve também a componente não verbal, i.e. a linguagem do corpo, mais consonante com a linguagem emocional.

Na psicoterapia, criam-se condições para abordar explicitamente assuntos dolorosos. É graças à confiança que se estabelece na relação terapêutica, que o cliente se sente suficientemente seguro para explorar as suas fontes de perturbação e, deste modo, promover mudanças positivas e duradouras na sua vida.

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Como pode a psicoterapia ajudar-me?

Com a psicoterapia, pode adquirir:

  • Mais auto-estima;
  • Maior capacidade de lidar com o seu dia a dia;
  • Melhor compreensão dos problemas que o/a afligem, tendo em conta a sua história de vida;
  • Maior desenvolvimento das suas capacidades e competências para lidar com os problemas;
  • Nova postura em relação a si mesmo, aos outros e ao mundo que o/a rodeia;
  • Maior sensação de satisfação pessoal e de auto-eficácia (convicção de que consegue fazer coisas de forma diferente e melhor).
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Quando devo procurar um psicólogo?

Não existe uma indicação formal para quando se deve procurar ajuda de um profissional. Algumas pessoas recorrem à psicoterapia quando apresentam dificuldades de relacionamento ou quando os seus comportamentos, pensamentos e emoções interferem de maneira negativa no seu dia a dia, gerando sofrimento emocional. Outras pessoas procuram aconselhamento profissional para uma questão pontual da sua vida.

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Recorrer a ajuda psicológica significa que sou uma pessoa “fraca”?

Um dos estereótipos mais frequentes acerca da psicoterapia é exactamente de que recorrer a um psicólogo é sinal de fraqueza. Na realidade, é exactamente o contrário. Reconhecer a necessidade de ajuda e procurá-la é um indicador de força e determinação para viver melhor, com mais equilíbrio e significado.

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Será que os meus problemas são suficientemente significativos para que eu possa ser acompanhado/a?

Cada pessoa tem a sua história de vida, pelo que o impacto que certos momentos têm na vida não é igual para todas as pessoas. Cada cliente é recebido como o ser humano individual que é e não em comparação com os outros.

Seguem-se, a mero título exemplificativo, algumas situações para as quais poderá ser benéfico procurar a ajuda especializada de um psicólogo:

  • Perturbações do humor – depressão, bipolaridade;
  • Perturbações da ansiedade – pânico, obsessões/compulsões, fobia;
  • Perturbações do comportamento alimentar – anorexia nervosa, bulimia nervosa;
  • Dificuldades no desenvolvimento e crescimento pessoal – competências de comunicação, assertividade, auto-controlo;
  • Desmotivação escolar;
  • Problemas relacionais, problemas no trabalho;
  • Perda e luto.

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Poderei ter uma única sessão para ter aconselhamento sobre o meu caso?

Pode. Ao ter uma consulta inicial será analisado o seu caso e, no final da sessão, ser-lhe-á feito uma resumo do caso, as diversas opções e formas possíveis de intervenção. A decisão de optar pelas propostas do psicólogo é sempre sua.

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Posso ficar dependente da terapia?

Não, porque o psicólogo não tem uma “cura milagrosa” para a sua situação. Não lhe dirá o que deve ser feito ou se está certo ou errado. O papel do psicólogo é auxiliá-lo/a no seu processo de descoberta pessoal e resolução das questões que, naquele momento, o/a atormentam. Como tal, não há risco de dependência porque o psicólogo funciona como um mediador de um processo de mudança interno que é da sua responsabilidade.

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O que eu disser na sessão ficará entre mim e o psicólogo?

Sim. A questão do sigilo é um dos pontos mais importantes do Código Deontológico, definido pela Ordem dos Psicólogos Portugueses. Uma das principais preocupações é, portanto, a garantia de confidencialidade para com os seus clientes. Pretende-se que uma sessão seja um espaço onde se sinta confortável e seguro/a.

Existem, contudo, algumas situações nas quais a confidencialidade poderá ser legitimamente quebrada:

  • O cliente evidencia um perigo real e iminente para si próprio (p.e. risco de suicídio) ou para os outros (p.e. risco de homicídio);
  • Existem suspeitas de abuso de crianças, idosos ou pessoas com deficiência mental ou física. Isto aplica-se tanto a situações nas quais o cliente seja a vítima de abuso ou o abusador;
  • Se o cliente alegar que o seu psicólogo desenvolveu má prática profissional ou que desempenhou actos contra os princípios de ética, terá o direito de revelar informações relativas às sessões em defesa própria. Para o efeito, é imperativo que contacte a entidade que regulamenta e vigia a prática profissional dos psicólogos – a Ordem dos Psicólogos Portugueses.

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Posso escolher o psicólogo?

Na medida em que a relação estabelecida com o psicólogo é essencial para a eficácia do processo, é muito importante que encontre um profissional com o qual consiga estabelecer uma ligação segura e confortável, alguém com quem se sinta ouvido/a e compreendido/a, uma vez que o sucesso de todo o processo dependerá dessa parceria.


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É normal ter dificuldades em falar na primeira consulta?

É normal e compreensível que, nas sessões iniciais, sinta nervosismo e alguma timidez, como resultado do receio de se expôr a um desconhecido e também da expectativa que traz em relação à consulta.

À medida que a terapia for decorrendo e a confiança na relação cimentada, as dificuldades e barreiras vão naturalmente desaparecendo e permitir a utilização daquela relação como uma oportunidade para reestruturar experiências perturbadoras.

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Posso marcar consulta para alguém que eu acho que precisa de ajuda?

De modo geral, pretende-se que as pessoas venham de livre vontade e que não se sintam obrigadas por terceiros. No entanto, é possível ajudar estes últimos na sensibilização da pessoa em causa para a necessidade de uma ajuda especializada.

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Como funcionam os horários?

As consultas são marcadas consoante a disponibilidade do psicólogo e do cliente, tentando compatibilizá-las sempre que possível.